Rostos marcados pela violência armada: O cotidiano de policiais militares do Estado do Rio de Janeiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.59633/2316-8765.2012.359

Palavras-chave:

estigma, ferimento por arma de fogo, lesão facial, policiais, trauma psicológico

Resumo

Compreender a representação simbólica dos ferimentos por arma de fogo (FAF) em face, os sentimentos e sentidos atribuídos a estes ferimentos sofridos pelos policiais militares (PM) da Secretaria de Estado de Polícia Militar (SEPM) do Estado do Rio de Janeiro (RJ); e os impactos psicossociais no jeito de ser e de viver após o acidente violento. Foi realizado um estudo qualitativo e quantitativo descritivo a partir das perguntas abertas e fechadas colhidas das entrevistas realizadas com 37 PM operados na Clínica de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF) no Hospital Central da Polícia Militar (HCPM) em decorrência de FAF, no período de junho de 2003 a dezembro de 2020. Foram identificadas mudanças na forma de ser e no jeito de viver, com destaque a uma tendência ao auto isolamento que é característico do processo de estigmatização social. Foram encontradas três diferentes ideias centrais a respeito da representação simbólica da face; majoritariamente foi atribuído um significado depreciativo da face. A insatisfação com a estética facial e o sentimento de abandono institucional estavam associados a uma atribuição depressiva da face após o acidente. Foi alta a incidência do transtorno de estresse pós-traumático (42,8%) e de policiais em sofrimento psíquico (56,7%).

Palavras-chave: ferimento por arma de fogo; estigma; lesão facial; policiais; trauma psicológico

Biografia do Autor

  • Adriane Maia, Secretaria Estadual de Policia Militar

    Graduação em Odontologia, Doutora e Mestre em Sociedade Violência e Saúde pela ENSP/FIOCRUZ, Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. TEN CEL PM Dentista da SEPM/RJ, Chefe do Departamento de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do HCPM. Professora da Graduação de Odontologia na disciplina de Cirurgia Bucomaxilofacial da Universidade Veiga de Almeida

  • Simone Gonçalves de Assis, Escola Nacional de Saude Publica - FIOCRUZ

    Graduação em Medicina, Mestrado e Doutorado em Ciências, Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz. Pós-Doutorado pela Cornell University. Pesquisadora Titular do Departamento de Estudos sobre Violência e Saúde Jorge Carelli, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz. Pesquisadora do CNPq (PQ2) desde 1999. Coordenação do Programa Institucional de Articulação Intersetorial em Violência e Saúde da Fiocruz. Experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Violência e Saúde, atuando principalmente nos seguintes temas: violências, criança, adolescente, juventude, saúde mental, epigenética, avaliação.
    Pesquisadora Titular Voluntário da Escola Nacional de Saúde Pública , Brasil

  • Maria Cecília de Souza Minayo, Escola Nacional de Saude Publica - FIOCRUZ

    Graduação em Ciências Sociais, Doutorado em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz, Brasil

    Tem experiência na área de Saúde Pública, com ênfase em Saúde Coletiva, atuando como professora, pesquisadora e orientadora principalmente nos seguintes temas: metodologia de pesquisa social, metodologia da pesquisa social em saúde pública, violência e saúde, causas externas, violência, violência auto infligida, saúde coletiva e saúde e sociedade. Já orientou 89 teses e dissertações, publicou 273 artigos científicos, 226 capítulos de livros e 41 livros sendo 7 individualmente e 35 como organizadora e em colaboração. É membro do conselho editorial de 14 revistas científicas, sendo 4 estrangeiras e desde 2013 é Editora Regional da Revista Environmental Health Perspectives. É bolsista 1A de produtividade do CNPq e pesquisadora emérita da FAPERJ. e da FIOCRUZ
    Pesquisadora titular da Fundação Oswaldo Cruz , Brasil

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Publicado

20.03.2024

Edição

Seção

Dossiê I/2024 - Psicologia Policial e da Segurança pública

Categorias

Como Citar

MAIA, Adriane; GONÇALVES DE ASSIS, Simone; MINAYO, Maria Cecília de Souza. Rostos marcados pela violência armada: O cotidiano de policiais militares do Estado do Rio de Janeiro. Revista Ciência & Polícia, [S. l.], v. 10, n. 2, p. 79–102, 2024. DOI: 10.59633/2316-8765.2012.359. Disponível em: https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/article/view/359.. Acesso em: 2 nov. 2024.

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