Polícia, é ver para crer: Variação de percepções e expectativas sociais sobre as Polícias Militares

Autores

DOI:

https://doi.org/10.59633/2316-8765.2012.353

Palavras-chave:

Atuação das Polícias Militares, Formação de Opinião, mídia, Percepção Social

Resumo

A presente pesquisa teve como objetivo geral identificar a percepção dos cidadãos sobre a atuação das instituições policiais militares, segundo a opinião dos alunos de uma instituição privada de ensino superior. Tratou-se de pesquisa qualitativa, com a utilização de questionários para coleta de dados. As respostas às questões foram avaliadas tanto em termos de sua classificação, como de forma mais aprofundada, pela identificação dos núcleos estruturadores do discurso. Verificou-se que as percepções gerais sobre as polícias militares foram distribuídas de maneira equilibrada, entre positivas, negativas ou neutras. Constatou-se também haver uma melhor avaliação da polícia militar do local de residência dos participantes, em relação às demais corporações de outros estados. Percebeu-se que, de modo geral, considerando-se as especificidades do grupo estudado, a população está bem informada quanto às atribuições das polícias militares. Sobre a formação da opinião, foi possível identificar maior influência das informações de que se tem acesso por meio da mídia, do que das interações reais e pessoais com as polícias militares. Por fim, foi possível constatar a melhoria da opinião sobre tais instituições, quando da exposição a ações positivas delas, bem como o agravamento do julgamento negativo, quando da exposição a situações de atuação problemática ou desastrosa.

Biografia do Autor

  • Eduardo Coelho, UnB

    Doutorando em Ciências do Comportamento na Universidade de Brasília, na área de concentração Cognição e Neurociências do Comportamento, linha de pesquisa Evolução e Cultura. Mestre em Psicologia Social do Trabalho e das Organizações pela Universidade de Brasília, atualmente ocupa o posto de Major da Polícia Militar do Distrito Federal. Atua como professor Centro Universitário UDF. É professor do Instituto Superior de Ciências Policiais. Possui especialização em Gestão em Segurança Pública pelo Instituto Superior de Ciências Policiais (2016) e Gestão Estratégica em Segurança Pública (2022), em Análise Criminal pela Universidade Católica de Brasília (2013) e em Ciências Jurídicas pela Universidade Cruzeiro do Sul (2011) . É Bacharel em Direito pela Universidade Cidade de São Paulo (2017), em Administração pela Universidade de Brasília (2007) e em Ciências Policiais pela Academia de Polícia Militar de Brasília (2002).

  • Bilmar Angelis de Almeida Ferreira, ISCP

    Bilmar Angelis de Almeida Ferreira é Coronel da Polícia Militar do Distrito Federal. Mestre em Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação (Universidade Católica de Brasília), Pós-Graduado em em Gestão de Segurança Pública (Academia de Polícia Militar de Brasília); em Direito Público (Instituto Processus) e Governança de Tecnologia da Informação (Universidade Católica de Brasília). É, também, alumni Especialista em Altos Estudos em Defesa pela Escola Superior de Defesa (ESD).Possui especialização técnica em Análise e Projeto de Sistemas e Tecnologia da Informação, em redes de comunicação de dados e em gestão.Graduado pelo Curso de Formação de Oficiais (CFO) (Academia de Polícia Militar de Brasília) e Bacharel em Direito (Instituto Processus).Atua como Oficial da PMDF e como docente de ensino superior e no Instituto Superior de Ciências Policiais (ISCP), Atuou como docente de Ensino Superior, tendo lecionado em diversas outras IES, dentre as quais Universidade Católica de Brasília, União Pioneira de Integração Social e Unieuro. Atuou como Avaliador do INEP/MEC, de cursos de graduação e de instituições de educação superior. Foi Pesquisador no grupo de pesquisa do Centro de Estudos Interdisciplinares em Justiça Criminal da Universidade Católica de Brasília.

Referências

Bayley, D. H. (2001). Padrões de policiamento. Edusp.

Bazerman, M. H. (2007). Processo decisório para cursos de administração, economia e MBAs. Elsevier.

Bittner, E. (2003). Aspectos do Trabalho Policial. Edusp.

Camargo, B. V., & Justo, A. M. (2013). IRAMUTEQ: um software gratuito para análise de dados textuais. Temas em Psicologia, 21(2), 513-518. http://dx.doi.org/10.9788/TP2013.2-16

Cano, I. (2006). Políticas de segurança pública no Brasil: tentativas de modernização e democratização versus a guerra contra o crime. Revista Internacional de Direitos Humanos, 3(5), 136-155. https://doi.org/10.1590/S1806-64452006000200007

Cardia, N. (1997). O medo da polícia e as graves violações dos direitos humanos. Tempo Social, 9(1), 249-265. https://doi.org/10.1590/S0103-20701997000100014

Carlston, D. (2010). Social cognition. In R. F. Baumeister, & E. J. Finkel (Ed.), Advanced social psychology: The state of the science (pp. 63-100). Oxford University Press.

Casagrande, C. H., & Dresch, G. R. (2022). Uma análise do conhecimento acerca das atribuições da Polícia Militar. Brazilian Journal of Development, 8(7), 50907-50315. https://doi.org/10.34117/bjdv8n7-147

Chevigny, P., & Chevigny, P. (1995). Edge of the knife: Police violence in the Americas. New Press.

Ciarelli, G., & Avila, M. (2009). A influência da mídia e da heurística da disponibilidade na percepção da realidade: um estudo experimental. Revista de Administração Pública, 43(3), 541-562. https://doi.org/10.1590/S0034-76122009000300002

Cidade Alerta Record. (2018, 19 de março). PM persegue e prende suspeitos de matar idoso em São Paulo [Vídeo]. YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=_hMXfohgV1w

Coelho, E. F. (2014). "Uma farda sem um homem é só um pedaço de pano": estudo de caso sobre autoeficácia e qualidade de vida no trabalho na Polícia Militar do Distrito Federal (Dissertação de Mestrado). Universidade de Brasília, Brasília, DF.

Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil. (1934). Brasília, DF. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao34.htm

Constituição da República Federativa do Brasil. (1967). Brasília, DF. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao67.htm

Constituição da República Federativa do Brasil. (1988). Brasília, DF. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao88.htm

Constituição Política do Império do Brasil. (1924). Brasília, DF. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao24.htm.

Cruz, R. P. (2022). Policiamento de proximidade: nova perspectiva para a formação policial militar a partir da política de educação em segurança pública. Brazilian Journal of Development, 8(4), 27296-27314. https://doi.org/10.34117/bjdv8n4-301

Diário de Itu. (2015, 12 de novembro). Homem tenta atacar policiais com um facão e leva dois tiros em Itu [Vídeo]. YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=2CXqta_zX20

Dos Santos, J. V. T. (1997). A arma e a flor: formação da organização policial, consenso e violência. Tempo Social, 9(1), 155-167. https://doi.org/10.1590/S0103-20701997000100008

Fabrigar, L. R., & Wegener, D. T. (2010). Attitude Structure. In R. F. Baumeister, & E. J. Finkel (Ed.), Advanced social psychology: The state of the science (pp. 177-215). Oxford University Press.

Foucault, M. (1999). Vigiar e punir. Vozes.

Gajanigo, P. R, & De Souza, R. F. (2014). Manifestações Sociais e Novas Mídias: a construção de uma cultura contra-hegemônica. Caderno CRH, 27(72), 577-592. https://doi.org/10.1590/S0103-49792014000300009

Governo do Amapá. (2015, 16 de março). Polícia Militar garante manifestação pacífica em Macapá [Vídeo]. YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=D57UXCc_g2s

Guimarães, J. G., Torres, A. R. R., & Faria, M. R. G. V. Democracia e violência policial: o caso da polícia militar. Psicologia em estudo, 10(2), 263-271. https://doi.org/10.1590/S1413-73722005000200013

Honório, C. A., & Garcia da Silva, S. (2018). Direitos humanos e polícia militar: Percepções e significados para os policiais militares do 17º bpm na cidade de Águas Lindas - Goiás. Revista Brasileira de Estudos de Segurança Pública, 11(1), 1-9. https://doi.org/10.29377/rebesp.v11i1.322

Houais, A. (2020). Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Recuperado de http://houaiss.uol.com.br/busca?palavra=expectativa

Jornal da Record. (2013, 27 de fevereiro). Polícia atira em carro que seguia para hospital e mata vítima que precisava de socorro [Vídeo]. YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=L6Y1qrFF7kI

Machado, E. P., & Noronha, C. V. (2002). A polícia dos pobres: violência policial em classes populares urbanas. Sociologias, 4(7), 188-221. https://doi.org/10.1590/S1517-45222002000100009

Moore, D. S. (2011). A Estatística Básica e sua Prática. LTC.

Njaine, K., de Souza, E. R., Minayo, M. C. S., & Assis, S. G. (1997). A produção da (des)informação sobre violência: análise de uma prática discriminatória. Caderno de Saúde Pública, 13(3), 405-414. https://doi.org/10.1590/S0102-311X1997000300016

Noticias Novidades. (2013, 28 de junho). Polícia é chamada devido a som alto [Vídeo]. YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=9EpYSotLsUo

Oliveira, D., & Tosta, T. L. D. (2001). Abuso de autoridade: fronteiras entre a segurança e a agressão. In D. D. Oliveira, S. A. Santos, & V. G. B. Silva (Orgs.), Violência policial: tolerância zero (pp. 53-67). UFG.

Organização das Nações Unidas (1979). Código de Conduta da ONU para Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei. Recuperado em 10 novembro, 2018, de http://www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu/ajus/prev18.htm

Pieron, H. (1996). Dicionário de Psicologia (10a ed., D. B. Culligan, Trad.). Globo.

Porto, M. S. G. (2009). Mídia, segurança pública e representações sociais. Tempo Social, 21(2), 212. https://doi.org/10.1590/S0103-20702009000200010

Rede TVT. (2015, 29 de outubro). Truculência da PM no DF: Professores são arrancados de carros [Vídeo]. YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=4bE6fT7-GVM

Robbins, S. P. (2005). Comportamento organizacional (11a ed.). Pearson.

Rondon Filho, E. B. (2018). A polícia militar sob a lupa da investigação científica. In F. V. Nummer & F. G. de França (Orgs.), Olhares sobre a Polícia Militar: questões metodológicas (pp. 15-49). GAPTA/UFPA.

Rodrigues, L. G., Nascimento, T. G., & Neiva, E. R. (2014). Valores Organizacionais e Atitudes Frente à Mudança: o Caso da Polícia Militar do Distrito Federal. Psicologia Ciência e Profissão, 34(3), 574-591. https://doi.org/10.1590/1982-3703000502013

Rondelli, E. (1998). Imagens da violência: práticas discursivas. Tempo Social, 10(2), 145-157. https://doi.org/10.1590/ts.v10i2.86785

Tversky, A., & Kahneman, D. (1982). Judgment under uncertainty: heuristics and biases. In D. Kahneman, P. Slovic, & A. Tversky, Judgment under uncertainty: heuristics and biases. Cambridge University Press.

Downloads

Publicado

18.04.2024

Edição

Seção

Dossiê I/2024 - Psicologia Policial e da Segurança pública

Categorias

Como Citar

COELHO, Eduardo; DE ALMEIDA FERREIRA, Bilmar Angelis. Polícia, é ver para crer: Variação de percepções e expectativas sociais sobre as Polícias Militares. Revista Ciência & Polícia, [S. l.], v. 10, n. 2, p. 191–212, 2024. DOI: 10.59633/2316-8765.2012.353. Disponível em: https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/article/view/353.. Acesso em: 24 nov. 2024.

Artigos Semelhantes

91-99 de 99

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.